INTRODUÇÃO: A insuficiência renal aguda (IRA) mantém alta prevalência, morbidade e mortalidade. OBJETIVO: Comparar o uso do escore prognóstico APACHE II com o ATN-ISS e determinar se o APACHE II pode ser utilizado para pacientes com IRA, fora da UTI. MÉTODOS: Coorte prospectiva, 205 pacientes com IRA. Analisamos dados demográficos, condições pré-existentes, falência de órgãos e características da IRA. Os escores prognósticos foram realizados no dia da avaliação do nefrologista. RESULTADOS: A média de idade foi 52 ± 18 anos, 50% eram do sexo masculino, 69% eram brancos, 45% foram tratados em UTI e 55% em outras unidades. A mortalidade no grupo UTI foi 85% e no grupo não-UTI foi 18%. Os fatores que se correlacionaram com maior mortalidade foram mais prevalentes na UTI: idade, sexo masculino, IRA hospitalar, falência de órgãos, sepse, IRA séptica, oligúria e necessidade dialítica. No contexto geral, os marcadores prognósticos foram os mesmos para os grupos UTI e não-UTI. O APACHE II obteve discriminação similar nos grupos UTI e não-UTI e sua calibração foi melhor no grupo não-UTI. O ATN-ISS obteve boa discriminação tanto no grupo UTI quanto não-UTI, porém, com relação à calibração houve discreta superestimação da mortalidade no grupo não-UTI. O ATN-ISS apresentou melhor capacidade de discriminação do que o APACHE II nos grupos UTI e não-UTI. CONCLUSÃO: Concluímos que os escores APACHE II e ATN-ISS podem ser utilizados para a estratificação de risco em pacientes com IRA tratados fora da UTI em nosso meio.
INTRODUCTION: Acute renal failure (ARF) remains highly prevalent with a high rate of morbidity and mortality. OBJECTIVE: of this study was to compare use of the APACHE II scoring prognosis with that of the ATN-ISS to determine whether the APACHE II could be used for patients with ARF outside the ICU. METHODS: For this purpose,, 205 patients with ARF were accompanied in a prospective cohort. Demographic data, preexisting conditions, organ failure and characteristics of ARF were analyzed. The prognostic scores were performed with the assessment of a nephrologist. RESULTS: The mean age was 52 ± 18 years, 50% were male, 69% were white, 45% were treated in ICU and 55% in other units. Mortality in the ICU group was 85% and in the non-ICU group 18%. Factors that correlated with higher mortality were more prevalent in the ICU group: age, male, hospitalization with ARF, organ failure, sepsis, septic IRA, oliguria and need of dialysis. Overall, the prognostic markers were the same for both the ICU and non-ICU groups. The discrimination with the APACHE II was similar in both, ICU and non-ICU groups and calibration was better in the non-ICU group. The ATN-ISS achieved good discrimination in both the ICU and non-ICU groups, but, regarding calibration, there was a discreet over estimating of mortality in the non-ICU group. The ATN-ISS showed a greater capacity for discrimination than the APACHE II in both the ICU and non-ICU groups. CONCLUSION: It was concluded that the APACHE II and ATN-ISS scores could be used for stratification of risk in patients with ARF treated outside of the ICU in Brazil.